Soja

A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, lançou nesta quarta-feira um programa de monitoramento para a soja que compra no Cerrado brasileiro de maneira indireta. Batizado de Parceria Sustentável Bunge, o programa vai permitir que revendas e parceiros acessem o sistema de rastreamento da empresa, incluindo imagens feitas por satélite.

A meta é que, com a adesão dos parceiros, 100% de toda a cadeia de fornecimento esteja monitorada até 2025, em linha com as crescentes exigências dos clientes da multinacional espalhados pelo mundo. Atualmente, a Bunge monitora no Cerrado 30% dos volumes de soja comprados indiretamente e 96% das compras diretas. No caso das compras diretas, são cerca de 8 mil propriedades, que ocupam uma área de 11,6 milhões de hectares no total.

A companhia é uma das principais processadoras e exportadoras de soja e milho do Brasil, além de ser das maiores compradoras de trigo. Origina cerca de 25 milhões de toneladas desses três grãos no país, onde registrou receita líquida de R$ 37,5 bilhões em 2019.

“As revendas poderão adotar serviços de imagem independentes ou usar a estrutura de monitoramento geoespacial da Bunge, sem custos”, diz comunicado divulgado nesta quarta-feira pela empresa.

“Nós reconhecemos o importante papel que podemos desempenhar em nossa indústria. Essa iniciativa sem precedentes é o caminho para que a Bunge compartilhe com sua cadeia de suprimentos suas melhores práticas para a construção de cadeias de valor rastreáveis e verificáveis”, afirma Rob Coviello, vice-presidente global de sustentabilidade da múlti, no comunicado.

O piloto do programa está sendo realizado em parceria com a Agrícola Alvorada. Os dados das propriedades com as quais a rede de revendas de insumos de Mato Grosso negocia soja, boa parte em operações de barter, já foram incluídos para o monitoramento. A Alvorada informa que fatura R$ 1 bilhão por ano no mercado de soja e R$ 130 milhões em negócios envolvendo milho.

Fernanda Pressinott – Valor Econômico

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